É tempo de
decisão
O nosso país
vive um momento gravíssimo que não admite oportunismo de ninguém.
O Brasil vem passando mais uma grande
crise política e social em sua história. Diante dessa gravidade, muitos pensam
(ou são levados a pensar) que o Impeachment
da presidente Dilma é a solução. Outros defendem como eu, que o Impeachment não é a solução, mas um
ataque a democracia brasileira. Há ainda os que estão neutros por pelo menos
duas razões: a primeira se refere a pessoas que não gostam de política. A
segunda, para mim mais grave, se refere aos políticos oportunistas que estão
esperando o que vai acontecer para tirar seus dividendos, pró ou contra o
governo.
Eu admiro e respeito aquelas pessoas que
tomaram suas posições contra ou favor. Respeito mesmo aquelas que não gostam de
política, é um direito delas. Rechaço o oportunismo daqueles que estão
esperando a carcaça para dela tirar proveito. No momento atual, a população
deve observar essas manobras oportunistas e rechaçar essas atitudes na próxima
eleição, não votando nesses representantes. É hora de nós sermos mais
criteriosos em nossas escolhas.
A quem interessa o Impeachment? Nesses
tempos de crise política no Brasil, o mercado especulativo financeiro tem uma
enorme chance de engordar seus lucros mais uma vez. Não há dúvida que com as vitórias
de Lula e de Dilma, os mais pobres tiveram maior participação nos bens e
serviços prestados pelo governo. Se os menos privilegiados foram mais atendidos,
alguém perdeu porque não existe almoço de graça. E o grande perdedor foi o
mercado especulativo. Contudo, os endinheirados têm a chance de dar a volta por
cima mais uma vez. Eles têm o monopólio da mídia já que ela é financiada por
essa parcela de privilegiados. E os meios de comunicação social têm exercido um
papel decisivo ao tentar manipular as informações para o público.
O bombardeio diário dos meios de
comunicação de massa contra o governo tem disseminado uma agressiva propaganda sem
precedentes na história recente do país. A pressa em divulgar informações,
sobretudo quando ela é contrária ao governo, merece o mínimo de reflexão
possível por parte da população. Não se pode expor um presidente da república
dessa maneira, nem tampouco um dos maiores líderes mundiais, como Lula, sem,
até o momento, ter nenhuma prova concreta contra ele. Por exemplo, não há unanimidade entre os
juristas se as ações contra o presidente Lula advindas do poder judiciário são
de cunho político ou não.
Sutilmente, alguns telejornais e revistas o tratam como criminoso. Observando
a mídia, alerto a população fazendo minhas as palavras de Chico Buarque: “A nossa pátria mãe tão distraída/
sem perceber que era subtraída/ em tenebrosas transações”.
Não sou político e não sou filiado a
nenhum partido político, embora faça questão de votar a cada eleição em meu
país. Voto porque acredito na democracia, embora reconheça que esse regime
ainda está longe do ideal. Contudo, uma democracia forte se constrói com base
no diálogo, respeito mútuo, tolerância e debates. Ninguém poder ser
achincalhado por ter esse ou aquele posicionamento.
O que acontecerá se a presidente Dilma
cair? Temo que o país volte à sensação de “normalidade” apregoada em tempos
passados. Receio que não ouviremos mais as palavras “escândalos” e
“corrupções”. Desconfio que a mídia não dê repercussão intensa às investigações que
irão prosseguir. Por isso, digo NÃO ao Impeachment,
NÃO a corrupção e SIM à nossa democracia.
“Meu Deus vem olhar/ vem ver de perto
uma cidade a cantar/ a evolução da liberdade/ até o dia clarear” (Chico
Buarque).
Juntos pelo Brasil!!!
Professor Otacílio Gomes da Silva
Neto
New Providence, New Jersey
19 de Março de 2016
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