sábado, 19 de março de 2016

É tempo de decisão
O nosso país vive um momento gravíssimo que não admite oportunismo de ninguém.

O Brasil vem passando mais uma grande crise política e social em sua história. Diante dessa gravidade, muitos pensam (ou são levados a pensar) que o Impeachment da presidente Dilma é a solução. Outros defendem como eu, que o Impeachment não é a solução, mas um ataque a democracia brasileira. Há ainda os que estão neutros por pelo menos duas razões: a primeira se refere a pessoas que não gostam de política. A segunda, para mim mais grave, se refere aos políticos oportunistas que estão esperando o que vai acontecer para tirar seus dividendos, pró ou contra o governo.

Eu admiro e respeito aquelas pessoas que tomaram suas posições contra ou favor. Respeito mesmo aquelas que não gostam de política, é um direito delas. Rechaço o oportunismo daqueles que estão esperando a carcaça para dela tirar proveito. No momento atual, a população deve observar essas manobras oportunistas e rechaçar essas atitudes na próxima eleição, não votando nesses representantes. É hora de nós sermos mais criteriosos em nossas escolhas.

A quem interessa o Impeachment? Nesses tempos de crise política no Brasil, o mercado especulativo financeiro tem uma enorme chance de engordar seus lucros mais uma vez. Não há dúvida que com as vitórias de Lula e de Dilma, os mais pobres tiveram maior participação nos bens e serviços prestados pelo governo. Se os menos privilegiados foram mais atendidos, alguém perdeu porque não existe almoço de graça. E o grande perdedor foi o mercado especulativo. Contudo, os endinheirados têm a chance de dar a volta por cima mais uma vez. Eles têm o monopólio da mídia já que ela é financiada por essa parcela de privilegiados. E os meios de comunicação social têm exercido um papel decisivo ao tentar manipular as informações para o público.

O bombardeio diário dos meios de comunicação de massa contra o governo tem disseminado uma agressiva propaganda sem precedentes na história recente do país. A pressa em divulgar informações, sobretudo quando ela é contrária ao governo, merece o mínimo de reflexão possível por parte da população. Não se pode expor um presidente da república dessa maneira, nem tampouco um dos maiores líderes mundiais, como Lula, sem, até o momento, ter nenhuma prova concreta contra ele. Por exemplo, não há unanimidade entre os juristas se as ações contra o presidente Lula advindas do poder judiciário são de cunho político ou não. Sutilmente, alguns telejornais e revistas o tratam como criminoso. Observando a mídia, alerto a população fazendo minhas as palavras de Chico Buarque: “A nossa pátria mãe tão distraída/ sem perceber que era subtraída/ em tenebrosas transações”.

Não sou político e não sou filiado a nenhum partido político, embora faça questão de votar a cada eleição em meu país. Voto porque acredito na democracia, embora reconheça que esse regime ainda está longe do ideal. Contudo, uma democracia forte se constrói com base no diálogo, respeito mútuo, tolerância e debates. Ninguém poder ser achincalhado por ter esse ou aquele posicionamento.

O que acontecerá se a presidente Dilma cair? Temo que o país volte à sensação de “normalidade” apregoada em tempos passados. Receio que não ouviremos mais as palavras “escândalos” e “corrupções”. Desconfio que a mídia não dê repercussão intensa às investigações que irão prosseguir. Por isso, digo NÃO ao Impeachment, NÃO a corrupção e SIM à nossa democracia.

“Meu Deus vem olhar/ vem ver de perto uma cidade a cantar/ a evolução da liberdade/ até o dia clarear” (Chico Buarque).

Juntos pelo Brasil!!!

Professor Otacílio Gomes da Silva Neto
New Providence, New Jersey

19 de Março de 2016

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